Cientistas alertam que o pior do calor está por vir

Vai continuar o calor extremo que afeta boa parte do globo. E isso confirma o alerta de cientistas climáticos sobre 2023. Em maio, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), organismo das Nações Unidas, destacou que, em alguns meses deste ano, a temperatura ultrapassaria 1,5ºC, em comparação à era pré-industrial, o que aconteceu em junho.

A previsão baseia-se em séries históricas e modelagens e leva em conta a volta do El Niño — fenômeno natural que, segundo pesquisadores, é intensificado por um século de aquecimento causado por atividades humanas. A última sexta-feira, 7, foi o dia mais quente desde que a temperatura começou a ser registrada, no fim do século 19.

Os 17,24ºC superaram o recorde anterior, de 2016, quando a média mundial foi de 16,94ºC. Nas duas próximas semanas, de acordo com a OMM, pode-se esperar mais anomalias climáticas, com até 5ºC acima dos registros históricos na região mediterrânea.

Há três dias, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) divulgou que nenhum mês de junho foi tão quente quanto o de agora. No Brasil, não houve ondas de calor tão graves em 2023, mas os boletins do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que, em quase todo o país, os termômetros ficaram acima da média.

Nas regiões costeiras, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirma que, nos últimos 40 anos, extremos de temperatura aumentaram tanto em frequência quanto em intensidade.

A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, mostra que, em quatro décadas, eventos do tipo cresceram 84% em São Paulo, 100% no Rio Grande do Sul e 188% no Espírito Santo. Embora esses estados tenham registrado as maiores elevações, os cientistas constataram a tendência em todo o litoral brasileiro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil