Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua demonstra queda no lançamento de imóveis e estabilidade nas vendas

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O resultado é um reflexo do cenário econômico que passou por um momento de instabilidade

O Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) apresentou, na última quinta-feira (25), os dados do 20° Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua com indicadores sobre o número de vendas, novos lançamentos, preços e outros resultados do primeiro trimestre de 2023.

Os dados apontam que de janeiro a março deste ano, 566 unidades foram vendidas, demonstrando uma queda de 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de 872 unidades. No entanto, se compararmos o último trimestre de 2022 a este período de agora, as vendas subiram 2%. Uma explicação para estes dados é o período de insegurança financeira que muitas pessoas passaram com o aumento da taxação de juros e incertezas quanto a obtenção de créditos, que a partir deste ano, começou a apresentar queda.

O lançamento de imóveis também seguiu esse mesmo ritmo, no início deste ano, foram 168 unidades. O presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário de Belém (Ademi-PA), José Albino, explica que o cenário de agora ainda é de atenção. “Belém e Ananindeua estão em bandeira amarela, quando o assunto é compra de imóveis, enfrentamos uma diminuição na aquisição, por isso, as construtoras também estão segurando seus lançamentos e entendendo o comportamento do consumidor”, disse.

A expectativa é que esse cenário melhore, e com o público adquirindo mais, as incorporadoras também aumentem seu nível de produção, desde que sejam tomadas medidas eficazes no cenário econômico, como por exemplo a proposta de reforma tributária que está em tramitação.

Um outro fator importante é a mudança da legislação do programa “Minha Casa, Minha Vida” pelo governo Federal. “Com a reforma das regras, o programa passa a oferecer novos tipos de habitação, isso favorece que mais construções aconteçam, segundo informações do próprio governo, a intenção é que 37,5 mil unidades habitacionais da Faixa 1 que estavam paralisadas retornem, isso a nível nacional. Aqui na região metropolitana a situação deve ser um pouco diferente, porque nossos espaços estão muito reduzidos, em razão do próprio crescimento da cidade, mas ainda assim, esperamos que o programa fortaleça a geração de emprego e renda. ”, comentou o presidente do Sinduscon Pará.

A maior demanda hoje para construção são de moradias voltadas ao interesse social, o que corresponde a um mercado de 50% imobiliário, porém, a oferta deste serviço é baixa, por vários motivos, dentre os quais a nossa legislação municipal.

Para solucionar os déficits habitacionais do programa na região metropolitana, ainda segundo o presidente do Sindicato, é preciso fortalecer parcerias. “ Uma união de esforços entre prefeituras, Estados e empresários vai viabilizar esse importante mercado de moradia de interesse social, que a nossa população precisa e anseia, o que deixa de injetar recursos na nossa economia”, disse.

A pesquisa é ligada ao projeto ‘Melhorias do Mercado Imobiliário’ da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio das Comissões da Indústria Imobiliária (CII) e de Habitação de Interesse Social (CHIS), com correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A programação conta com apoio do Sistema Fiepa e da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA).