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Cacique do Amapá morreu por afogamento, diz laudo preliminar

Cacique do Amapá morreu por afogamento, diz laudo preliminar

Foto: Reprodução

Por Estadão Conteúdo

A Polícia Federal recebeu o resultado preliminar do exame necroscópico do cacique Emyra Wajãpi. Segundo a PF, o documento produzido pela Polícia Técnica do Amapá sugere afogamento como a causa da morte do líder indígena.

No fim de julho, lideranças da aldeia e funcionários da Secretaria Estadual dos Povos Indígenas afirmaram que o corpo do cacique foi encontrado dentro de um rio.

Na ocasião, eles denunciaram ainda a invasão de um grupo de cerca de 50 garimpeiros na Terra Indígena Wajãpi, localizada em Pedra Branca do Amapari, a 189 km de Macapá.

O laudo, que integra o procedimento aberto em 27 de julho para apurar a morte do indígena, foi produzido com base em exame realizado no início do mês, pós exumação do corpo de Emyra Waiãpi.

O documento informa que o cacique morreu entre os dias 21 e 23 de julho e afastou a possibilidade de a morte ter sido provocada por faca ou arma de fogo.

Foram verificadas lesões superficiais na cabeça. Segundo a perícia, a ausência de hemorragia ou traumatismo craniano apontam que os ferimentos não seriam capazes de provocar a morte.

“As lesões são compatíveis com impacto provocado por queda.”

Os legistas também indicam que não foram encontradas, na região do pescoço, lesões traumáticas ou sulcos evidenciáveis de enforcamento, e que o corpo não apresentava traumas de qualquer natureza na região dorsal e na genitália.

A Polícia informou que ainda aguarda o laudo complementar toxicológico, que contará com análises do Laboratório de Toxicologia Forense sobre amostras retiradas dos órgãos internos.

Segundo a PF, o resultado, que tem previsão de ser entregue em 30 dias, auxiliará a investigação das circunstâncias dos fatos.

As investigações

O Ministério Público Federal afirmou que a apuração sobre as circunstâncias da morte do cacique Emyra Wajãpi e a invasão de garimpeiros na Terra Indígena Wajãpi continua em andamento.

De acordo com a Procuradoria, diligências terrestres e aéreas realizadas pela Polícia Federal com apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública do Amapá não detectaram indícios da ocorrência dos crimes.

O Ministério Público Federal informou ainda que aguarda a conclusão do relatório técnico pela autoridade policial.