Aumenta 56% de tamanho no papel, a fazenda de Éder Mauro, candidato a prefeito de Belém

A Revista Veja publicou um artigo sobre o pré-candidato a prefeito de Belém Éder Mauro (PL-PA). No artigo, a revista detalha que Éder, deputado federal bolsonarista, enfrenta problemas com a documentação da fazenda que ele comprou.

A compra ocorreu em junho de 2020, no município de Bujaru, a 100 quilômetros de Belém. Documentos obtidos pela coluna com exclusividade revelam que a fazenda Bênção Divinal aumentou 56% de tamanho no papel.

No contrato de compra, assinado por Éder Mauro, a área tem 335 hectares, mas aparece com 214 hectares no registro mais antigo do cartório de imóveis. Alguns meses após o deputado comprar a fazenda, a Polícia Civil começou a investigar a documentação das terras.

A suspeita dos policiais recaía sobre a venda anterior do imóvel, feita pela idosa Francisca Zulmira para o empresário Cléber Ferreira. Essa transação ocorreu em 2018, mas Zulmira tinha morrido de acidente de trânsito, em 2003, 15 anos antes. A polícia apontou que houve falsificação na procuração, apresentada no cartório em nome de Zulmira, para realizar o negócio.

O neto da mulher disse que a avó nunca teve terras na região. Pela suspeita de fraude, Cléber Ferreira foi preso temporariamente, em 2021. Ele já está em liberdade e o processo segue em segredo de Justiça. Até aqui, Éder Mauro não chegou a ser investigado.

A fazenda Benção Divinal só apareceu em seu nome em 2020, quando ele a comprou de uma contadora, que, por sua vez, havia adquirido a área numa transação com a mulher de Cléber Ferreira. Apesar de não ter feito negócio diretamente com a falecida Zulmira, o contrato de compra assinado pelo deputado também levanta dúvidas sobre documentação das terras.

A assessoria do parlamentar foi procurada mas não respondeu os questionamentos.

Foto: Facebook Éder