Estudo desenvolvido em conjunto por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos, revela que a mineração ilegal em terras indígenas da Amazônia Legal aumentou mais 1.237% nos últimos 38 anos.
O estudo foi publicado na revista Remote Sensing. Segundo os especialistas, apenas entre 1985 e 2020, a área atingida pela atividade garimpeira passou de 7,45 km² para 102,16 km² na Amazônia.
Entre 2021 e 2023, o ritmo continuou intenso, apesar de haver aumentado a repressão à extração ilegal de minério. Cerca de 95% de todo o garimpo ilegal visa a extração de ouro e fica concentrado em apenas três terras indígenas: a Kayapó, a Munduruku e a Yanomami.
Essas três áreas também são recordistas de desmatamento e duas delas – Kayapó e Munduruku – estão no Estado do Pará. A TI Kayapó ocupa áreas nos municípios de Bannach, Cumaru do Norte, Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu.
Já a TI Munduruku está localizada nos municípios de Itaituba e Jacareacanga. A TI Kayapó é, de longe, a mais visada pelo garimpo ilegal. Em 2020, a área ocupada pelos garimpeiros era de 77,1 km², quase 1.000% a mais que o registrado em 1985 – 7,2 km². Na TI Munduruku, a atividade mineradora intensificou-se e hoje alcança mais de 15 km.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil