Foto: Divulgação
Por G1 Pará
Lançado no Cine Olympia em dezembro de 2017, o curta-metragem ‘Manas Kill’ foi disponibilizado gratuitamente nesta segunda pela internet. O curta é protagonizado por uma mulher trans e uma dragqueen, inspirado em clássicos do cinema e do mundo pop. Assista.
Em dois anos e seis meses, a produção audiovisual ganhou sete prêmios em diversos festivais e mostras nacionais de cinema. Entre as premiações estão o Festival Osga de Vídeos Universitários (Belém); Noia – Festival do Audiovisual Universitário (Fortaleza); Mostra de Cinema Sesc (Belém); Mostra das Minas (São Paulo), entre outros.
A produção traz temáticas transexual, travesti e drag e, para o diretor Edielson Shinohara, foi um marco inicial na trajetória dele como realizador audiovisual, porque o ajudou a descobrir a força da produção paraense. Segundo Shinohara, as temáticas abordadas ainda permanecem atuais.
“Durante os últimos dois anos participamos de festivais e mostras do circuito universitário e do cinema independente, e por muitas vezes nós éramos os únicos amazônidas na programação e foi lindo ver salas de cinema lotadas aplaudindo nosso trabalho e vibrando junto”, disse.
Visibilidade
Em ‘Manas Kill’, a personagem Mikaela é interpretada pela mulher trans e integrante da Rede Paraense de Pessoas Trans, Rayanne Cristina. À época do lançamento, ela contou que estrear no cinema foi “uma oportunidade para uma mulher trans ser representada por uma mulher trans”.
“A importância desse trabalho incrível é dar visibilidade para que as pessoas trans se reconheçam e se sintam representadas”, disse Rayanne.
Na história, Mikaela divide um quarto com o amigo Diogo que faz a dragqueen, Beatrix – personagem inspirada por outra drag da vida real, Perséfone de Milo, de Bruno Sacramento.
“Eu faço drag há um tempo, mas atuar é muito diferente de performar na frente várias pessoas. No curta foi ainda bem difícil aparecer fora da drag e realmente mostrar a cara, sem maquiagem, o que está por trás da Perséfone. Foi surreal!”, contou Bruno.
O diretor Shinohara disse que as personalidades de Rayanne e Bruno deram sentido aos personagens criados. Para ele, a drag, a travesti ou a trans “não existem só à noite, mas são também pessoas, procuram emprego, têm direitos, têm a sua história”.