Home BACANA NEWS Governo interino da Bolívia emite ordem de prisão contra Evo Morales

Governo interino da Bolívia emite ordem de prisão contra Evo Morales

Governo interino da Bolívia emite ordem de prisão contra Evo Morales

Foto: Pedro Pardo/AFP

Por VEJA.com

O governo interino da Bolívia emitiu nesta quarta-feira, 18, uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales por “rebelião, terrorismo e financiamento ao terrorismo”. Morales está refugiado na Argentina após abdicar de seu mandato em novembro.

O anúncio foi feito pelo ministro do interior da Bolívia, Arturo Murillo, que em novembro a apresentou denúncia de terrorismo contra o ex-presidente.

Na época, Murillo apresentou áudios nos quais, supostamente, Morales estava dando instruções para que seus apoiadores bloqueassem as estradas do país, impedindo a distribuição de alimentos e combustíveis.

A determinação assinada pelos procuradores de La Paz Jhimmy Almanza e Richard Villaca ordena a procuradores, policiais e/ou funcionários públicos que “apreendam e conduzam o senhor Juan Evo Morales Ayma, aos escritórios da Procuradoria”.

“Não me assusta”, reagiu Evo Morales.

“Há 14 anos da nossa revolução, o ‘melhor presente’ que recebo do governo de facto é uma ordem de apreensão, injusta, ilegal e inconstitucional. Não me assusta. Enquanto tiver vida, seguirei com mais força na luta política e ideológica por uma #Bolívia livre e soberana”, tuitou.

A renúncia

Nas semanas seguintes à renúncia de Evo Morales, protestos se espalharam pelo país e cerca de 30 pessoas morreram. A substituta de Morales na Presidência, Jeanine Añez, instituiu por meio de um decreto a concessão de imunidade às forças de segurança que cometessem abusos contra os manifestantes para “pacificar o país”. O decreto foi anulado no final de novembro.

Morales, por outro lado, denunciou que sua renúncia foi forçada por movimentos golpistas e “fascistas” e que o que estava se implementando na Bolívia era uma “ditadura”.Publicidade

A crise teve início após a tentativa de Morales de conquistar um quarto mandato consecutivo nas eleições do início de novembro. A apuração do pleito foi demorada e cheia de suspeitas e polêmicas.

O boliviano perdeu o apoio dos militares, que recomendaram sua renúncia mesmo após Morales ter anulado os resultados do pleito e convocado novas eleições a pedido da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Atualmente Morales está asilado na Argentina, após passar algumas semanas no México. Vive em uma cidade que faz fronteira com a Bolívia e espera dali comandar a campanha eleitoral de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), para as próximas eleições marcadas para o primeiro semestre de 2020.