Foto: Agência Pará-Arquivo
Por Pedro Cruz*, GloboEsporte.com Pará
O Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, receberá pela primeira vez desde que foi reaberto, em 2002, grande obra de revitalização de sua estrutura. O grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado esteve reunido na manhã desta segunda-feira e definiu que o projeto deverá ser dividido em duas etapas.
Primeiro haverá a elaboração de um relatório, que apresentará os problemas e necessidades do estádio; e depois virão as obras físicas em si. Ainda não há uma data certa para o início da segunda etapa, que tem como ambição fazer a praça esportiva recuperar a sua carga máxima real, de 45 mil pessoas – a vigente é 35 mil.
Na reunião desta segunda-feira estiveram presentes representantes dos órgãos que atuarão na empreitada de forma direta ou indireta, como Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), Seel, Corpo de Bombeiros, Ministério Público do Estado, além da empresa e dos engenheiros envolvidos.
– Hoje [segunda-feira] nós viemos para declarar aos órgãos técnicos do governo e controladores externos sobre o início efetivo dos serviços de reforma do Mangueirão. Queremos levar ao conhecimento da população as ações que serão realizadas – explicou o secretário executivo da Sedop, Ruy Cabral.
No último dia 21 a Sedop publicou a contratação da empresa que fará a avaliação técnica e a elaboração do projeto de reforma. Esse processo não fechará o Mangueirão – que receberá no dia 20 o jogo entre Paysandu e Cuiabá, pela Copa Verde – e deverá estar pronto até dezembro.
– Neste primeiro momento, a empresa vai fazer o levantamento das patologias para que, posteriormente, os problemas sejam quantificados e qualificados. A previsão é que este relatório esteja pronto em até 30 dias – detalhou.
– O diagnóstico será feito sem a necessidade de fechar o Mangueirão. Estamos às vésperas de uma final de campeonato e não precisaremos interferir neste cronograma. Após recebermos o diagnóstico pela empresa, vamos avaliar e informar à população sobre quando entraremos na segunda etapa do projeto, com a execução das obras – finalizou Ruy Cabral.
O relatório vai indicar as reformas emergenciais que deverão ser feitas para que o espaço não coloque em risco o torcedor, além das necessidades estruturais, que vão desde a construção de banheiros que sigam regras de acessibilidade, novas áreas de cadeiras e alterações nos espaços internos e externos, incluindo o estacionamento.
– O trabalho já vem sendo feito desde a contratação da empresa. Dentre as prioridades, estamos visando o conforto do torcedor tanto para chegar e assistir a um evento esportivo, quanto para sair do estádio. Queremos dar um ar de modernidade, a partir da reforma das arquibancadas e criação de ambientes multiusos, com auditórios e salas para congresso, por exemplo – ressaltou o secretário adjunto da Seel, Vitor Borges.
Atualmente o estádio está liberado para receber até 35 mil torcedores, número abaixo da sua capacidade real. O objetivo, de acordo com o grupo, é fazer com que o espaço possa voltar a atingir sua capacidade máxima, que é 45 mil pessoas.
– Existe um parecer do Corpo de Bombeiros que restringe o acesso de torcedores no local, porque ainda é necessário ofertar mais acessibilidade, com largura e rampas suficientes para entrada e saída das pessoas. Mas a população não precisa se preocupar, estamos acompanhando o processo e vamos fazer a avaliação de tudo que será apresentado – concluiu o coronel Jaime Oliveira, diretor de serviços técnicos do Corpo de Bombeiros.
Maior reforma desde 2002
O Mangueirão ficou fechado entre os anos 2000 e 2002, quando teve concluída a construção das arquibancadas e pista de atletismo, além da reforma de vestiários, banheiros e áreas internas. Desde então a praça esportiva não recebe uma obra de grande porte, somente troca de gramado e ações de manutenção.
No início de 2019 parte do teto das arquibancadas do Lado A desabou durante uma chuva, em momento que não havia público presente. O fato atrasou o início do Campeonato Paraense de futebol e levantou questionamentos de agentes públicos sobre a segurança do local.
Apesar de muito utilizado por Remo e Paysandu, o estádio apresentava sinais de degradação, com estruturas de ferro à mostra. Na época foi realizada uma reforma apenas para fazer com que o Mangueirão fosse liberado para receber jogos e competições.
*Com informações da Agência Pará