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Comunitários do Rio Cupari, em Aveiro, cobram do ICMBio agilidade na análise de processos que autorizam construção de estrada e de linhas de energia

Comunitários do Rio Cupari, em Aveiro, cobram do ICMBio agilidade na análise de processos que autorizam construção de estrada e de linhas de energia

Foto: Reprodução

Por Weldon Luciano, OESTADONET

Comunitários do Rio Cupari, em Aveiro, cobram do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) maior agilidade na análise dos processos que autorizam construção de uma estrada que interliga a região a sede municipal e a construção de linhas de energia. As reivindicações foram feitas durante protesto realizado nesta terça-feira, 13 de agosto, em frente à sede do ICMBio em Santarém. Diante da manifestação, lideranças e representantes do poder executivo e legislativo de Aveiro foram recebidos no escritório. Ficou acordado que a Prefeitura deve se manifestar por meio de ofício sobre as questões levantadas para que o órgão ambiental possa dar os devidos encaminhamentos. O Portal OESTADONET tenta o contato com a direção do ICMbio, porém ainda não obteve retorno.

“A energia é essencial para que a gente tenha acesso a saúde, a internet e qualidade de vida que as pessoas na cidade tem. Quem vive no campo tem esse direito negado. Apesar de estarmos no século XXI, os moradores da região do Cupari ainda vivem no século XIX, sem ter sequer água gelada para beber. Enquanto em muitos lugares há o conforto da energia, a gente vive na lamparina. Não podemos ter acesso a informação, existem deputados que nós nunca nem vimos porque não temos acesso nem a televisão para saber quem são”, alegou Raimundo Maciel, um dos comunitário presentes.

Segundo apurou a reportagem, para entrar em programas de eletrificação rural via Governo Federal ou com a própria Concessionária, é preciso que seja determinada uma área devidamente autorizada pelo órgão ambiental para que sejam encaminhados os projetos. Atualmente, quem deseja ter acesso a energia elétrica deve recorrer a instalações clandestinas.

A região do Cupari é composta por pelo menos 3 comunidades: Uruará, São Francisco e Godinho. O acesso deles até a cidade é feito por via fluvial com tempo estimado em 4 horas. No período da estiagem, quando o nível do rio diminui, a navegação fica inviável isolando ainda mais os comunitários que não conseguem escoar seus produtos para serem vendidos nos mercado da cidade. Eles produzem diversos produtos da agricultora familiar como farinha, hortaliças e frutas.  Caso a estrada seja liberada, esse mesmo trajeto poderia ser feito em 20 minutos.  “Se houvesse estrada, em 20 minutos a gente poderia salvar vidas, enquanto hoje levamos mais de 3 horas para conseguir socorro médico”, completou Raimundo Maciel. 

Existia uma estrada antiga que seguia boa parte do curso do Rio Cupari interligando as comunidades até a sede do município de Aveiro. Porém, o traçado dela sofre inundações do próprio rio durante o período de cheia. Cabe ao ICMbio definir um novo traçado que interligue as comunidades em uma área que traga menos danos ambientais. De acordo com os comunitários, o processo está parado desde 2016 sem reposta tanto da prefeitura municipal quanto da órgão ambiental.