Uma reunião na Câmara Municipal de Marabá foi realizada na manhã desta sexta-feira (16) para tratar sobre o caos que as enchentes dos rios Tocantins e Itacaiúnas vêm provocando na cidade. A intenção foi discutir as ações que já foram e as que ainda precisam ser executadas em caráter de urgência para atender os desabrigados que até a tarde desta sexta já era de 305 famílias, segundo informou ao Correio a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, repassando números da Defesa Civil do Município.
Coordenada pelo presidente da Casa, o vereador Pedro Corrêa Lima, o encontro contou com a participação de representantes da Defesa Civil, Vereadores e representantes da Prefeitura, entre os quais Walmor Costa, Chefe de Gabinete, Fábio Moreira, da Sevop, Nadjalucia Lima, da Seasp, e Múcio Andalécio do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM).
A cada atualização oficial aumenta mais o número de desabrigados na cidade, com novas famílias sendo remanejadas para os abrigos e as equipes trabalhando dia e noite para a construção de mais barracas para abrigar quem não tem para onde ir. A previsão da Seasp é que, até esta segunda-feira (19), o número de desabrigados fique estável, uma vez que a tendência é que o rio se mantenha estável pelos próximos dias, caso as chuvas não retornem.
De acordo com Nadjalucia Lima, titular da secretaria, todas as equipes do órgão, inclusive as do Cras, estão fazendo o cadastramento das famílias afetadas pela enchente, não só para benefícios futuros, mas também para fazer um levantamento daquelas em maior situação de vulnerabilidade. “Só no abrigo da feirinha, na Marabá Pioneira, tínhamos até quinta-feira (15) 288 pessoas, sendo três grávidas, sete idosos e 85 crianças. As pessoas estão muito expostas, é um lugar muito frágil, precisamos ter um olhar diferenciado, pois surgem problemas de abuso, violência, alcoolismos e até uso de drogas”, afirma Nadja.
Ministro visita à cidade e garante recursos para minimizar o caos
A orientação do Governo Federal, do Ministério da Integração, através da Defesa Civil, é que não falte recursos para que Marabá tenha capacidade e condições junto com sua população de enfrentar este desafio”, afirmou o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, ao desembarcar no final desta tarde no Aeroporto João Correa da Rocha, onde foi recebido por autoridades, correligionários e imprensa.
De lá, ele seguiu vistoriar os pontos de enchente e abrigos para onde estão sendo levadas as pessoas desalojadas da cidade. Nesta sexta-feira, segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Marabá, já eram 305 famílias.
“Estamos junto com a equipe da Defesa Civil Federal em Marabá para junto da prefeitura fazer as ações necessárias, imediatas e emergenciais, que permitam tranquilidade e restabelecimento para as famílias atingidas e desabrigadas. Além disso, garantir recursos para que a Prefeitura de Marabá possa, neste momento de crise, minimizar os problemas e diminuir os impactos das cheias dos rios”, afirmou em entrevista às equipes de reportagem que aguardavam o desembarque.
Os fenômenos provocados pelo clima e a alta das marés já afetaram os seguintes municípios:
Oriximiná, no Baixo Amazonas, teve enxurradas com a cheia do Rio Trombetas.
Trairão, no sudoeste do Pará, sofreu enxurrada com as fortes chuvas.
Quatipuru, no nordeste paraense, teve erosão.
São Miguel do Guamá, nordeste do Pará, teve alagamentos.
No sudeste do Pará, 11 cidades foram afetadas:
Alagamentos
Eldorado dos Carajás
Marabá
Parauapebas
Rio Maria
Xinguara
Enxurradas
Água Azul do Norte
Bannach
Cumaru do Norte
Itupiranga
Santa Maria das Barreiras
Turucuí
A região sudeste do Pará é onde mais se concentram as ações da Defesa Civil. No Rio Água Preta, a cabeceira de uma ponte foi levada pela água. A rodovia liga Xinguara a Água Azul do Norte, Ourilândia, Tucumã e São Félix do Xingu.