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2º Palco Negro Festival de Arte Autoral anima Icoaraci

2º Palco Negro Festival de Arte Autoral anima Icoaraci

Foto: Ascom / Secult

Por Agência Pará

Icoaraci cantou e dançou as mais variadas expressões artísticas e criativas neste sábado (23), com o 2° Palco Negro Festival de Arte Autoral. A Estação Ferroviária do distrito recebeu os expositores da feira criativa, cantores, poetas e performers no evento que tem apoio cultural do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura de Estado (Secult).

Desde a manhã, o público pôde conferir o bate-papo sobre produção preta na Amazônia, além de visitar os estandes da feira de economia criativa que contou com, entre outros, a baiana de acarajé mãe Juci d’Oyá. Ela aponta o papel do microempreendedorismo negro como símbolo de liberdade, sobretudo às mulheres negras sob o ofício da venda de acarajé:

“Estou participando da feira preta e é muito importante para nós estarmos aqui expondo, momento importante de abertura para nós, homens e mulheres de axé”, conta mãe Juci.

O desenho do Festival propôs a descentralização dos eventos culturais, que normalmente são realizados no centro da cidade, trazendo 23 atrações das mais variadas linguagens artísticas da produção preta para a população de Icoaraci e de muitos outros bairros da região metropolitana de Belém.

Para a idealizadora e produtora executiva do Festival, Priscila Duque, o evento tem como objetivo reunir e promover o protagonismo de artistas negros valorizando a pluralidade de suas realizações. “Estamos reunidos nesse festival com a vontade de mostrar nosso trabalho, nossa criação e dizer que o artista preto dessa cidade está ativo, criativo, potente e disposto a ocupar seu espaço”, enfatiza Priscila.

Foram mais de 12 horas de Festival com a deixa para novas edições. O público lotou o espaço da antiga estação ferroviária. Nic Dias, Ruth Clark, Baile Coisa Preta, entre outros, formaram o cenário musical do Festival. Um deles foi o publicitário, Pedro Ribas, que afirma com emoção que o Festival vem como um incentivo à valorização da cultura negra e periférica do estado do Pará. “A gente sente isso quando vê um line-up 100% formado por pessoas negras, quando a gente vê um evento ocupando a periferia da cidade”.

Icoaraci respirou cultura popular, da mistura da ancestralidade com as reivindicações contemporâneas. Quem marcou presença também foi Ursula Vidal, secretária de cultura do Estado, que garantiu a programação como um encontro de nossas poéticas e narrativas em um evento só. “A antiga estação de trem de Icoaraci foi ocupada pelo talento, força e potência e criatividade da nossa gente. Nós estamos aqui querendo entregar de volta à população de Icoaraci, um evento com muita cultura, com a valorização do patrimônio artístico cultural, com o carimbó, com o hip-hop, com o rock n’roll, como as expressões das artes plásticas e o audiovisual, marcando o nosso Preamar da Consciência Negra”, afirma a Secretária.

O 2° Palco Negro Festival de Arte Autoral fez parte da programação do Preamar da Consciência Negra e foi realizado SubVersiva – Produção Cultural Independente, Urubu Pavão, Sarau Multicultural do Mercado, Melé Produções, Treme Filmes, Negritar – Filmes e Produções e Na Cuia, tem parceria do 1º Festival de Cinema das Periferias Telas em Movimento, e conta com apoio cultural do Governo do Pará, por meio da Secult.